Vencedores do prêmio Adelmo Genro Filho iniciam apresentações do 14º SBPJor

Na manhã chuvosa de hoje, em que a imprensa internacional se movimentou com a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, começou na Unisul, em Palhoça, o 14° Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Com o tema “A pesquisa em Jornalismo como espaço de observação do mundo: silêncio, censuras e potências”, pesquisadores de todo o Brasil começam a chegar para participar dos debates e apresentar seus trabalhos.

Da esquerda para direita, Alisson Coelho, Marcelo Träsel, Luiz Marcelo Robalinho Ferraz
Da esquerda para direita, Alisson Coelho, Marcelo Träsel, Luiz Marcelo Robalinho Ferraz

A primeira atividade do evento foi a apresentação das pesquisas vencedoras do Prêmio Adelmo Genro Filho. O prêmio, criado em 2004, visa identificar a cada ano quais foram os pesquisadores que deram contribuições relevantes para o campo da pesquisa em jornalismo. A edição de 2016 premiou, na categoria mestrado, Alisson Coelho e, na categoria doutorado, Luiz Marcelo Robalinho Ferraz. Graduado em jornalismo pela Feevale e mestre em Comunicação pela Unisinos, Alisson Coelho, que agora realiza doutorado, apresentou sua pesquisa premiada intitulada “Jornalismo, Sociedade e Crítica: Potencialidades e Transformações”. O pesquisador acompanhou o trabalho em redações como a de Zero Hora e Folha de S. Paulo, buscando entender as novas relações entre leitores e jornalistas na produção de notícias. Alisson falou também sobre a influência de pesquisas científicas no mercado jornalístico, as notícias que dão audiência, as opiniões dos leitores, que estão em evidência em tempos de internet. Para o doutorado, o plano é fazer o inverso do mestrado e agora acompanhar o comportamento dos leitores e ver como eles recebem a notícia e como produzem críticas.

Na categoria Doutorado, a pesquisa vencedora tem o título de “Doença, uma noção (também) jornalística: estudo cartográfico do noticiário de capa do semanário de informação Veja (1968-2014)”. Graduado em jornalismo pela UNICAP, em publicidade pela UFPE, onde também se formou mestre, Luiz Ferraz, autor da pesquisa, concluiu doutorado em Informação e Comunicação em Saúde na FIOCRUZ, com período sanduíche na Université Paris 13. A tese premiada investigou como doenças como exemplos câncer, depressão, HIV/Aids são tratadas pelo jornalismo nos últimos 40 anos. A escolha pela revista Veja se deu por ser a revista mais antiga em circulação. Luiz constatou que houve uma redução do noticiário sobre doenças infecciosas e parasitárias e um aumento de reportagens falando sobre doenças do aparelho circulatório, os principais destaques de capa foram os distúrbios endócrinos, metabólicos e nutricionais (diabetes, obesidade) e os transtornos mentais e comportamentais como depressão e dependência química. A editoria de saúde também passou a integrar outras como a de celebridades, citando casos como a mastectomia da atriz Angelina Jolie e os avanços tecnológicos de tratamentos e precauções de doenças e até mesmo pautas de cotidiano como exercícios e rotinas para lidar com doenças distintas.

O 14º SBPJor ainda vai ter apresentações de trabalhos, lançamento de livros e vários debates em diversas áreas do jornalismo. Tudo isso você confere na programação.

Texto: Leonardo Santos

Foto: Douglas Heinzen

Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.