A noite de lançamento de livros do SBPJor contou com a presença do grupo de dança de salão da escola de dança ESPAÇO 2 – Arte e Dança. O grupo apresentou duas músicas baseadas em pesquisas de improvisação, trabalhando técnicas básicas da dança de salão, utilizando, porém, um limitante: lenços, imobilizando partes dos corpos dos dançarinos.
O dançarino e professor Nando Berto explica um pouco mais desse estudo e o porque utilizar esse limitante. “A dança de salão é caracterizada por ser uma dança a dois, onde o homem conduz a mulher. Esse é um conceito social antiquado, representado na dança de salão e que por vezes remonta ao machismo”.
A dançarina e professora Laíse Morais teve em um primeiro momento as mãos amarradas às do seu parceiro, depois suas duas mãos presas, e por fim, foi vendada. “Assim, o lenço representa toda essa carga histórica que a dança de salão ainda carrega, se evidenciando nas maneiras em que o lenço é amarrado, deixando cada vez mais a mulher numa situação de submissão ao homem”, conclui o professor. A apresentação reforça ainda mais o debate sobre o silenciamento de gênero, discutido na cêrimonia de abertura com a presidenta da SBPJor, Claudia Lago.
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Texto: Carolina Leoni Fagundes
Foto: Douglas Heinzen