As redes sociais e o fazer jornalismo

Iniciamos o último dia do SBPJor dando seguimento às sessões coordenadas.

Agora pela manhã tivemos nove sessões coordenadas, com cerca de quatro apresentações em cada uma.

leo-2
Simone apresenta sua pesquisa na manhã do último dia do SBPJor

Dentre as diversas sessões, a 18 teve a tecnologia como destaque. A professora Simone Rodrigues Barreto, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), apresentou a pesquisa Considerações acerca das apropriações das Redes Sociais Digitais como fonte de informação no jornalismo.

A pesquisa de Simone foi qualitativa, com 30 perguntas para 117 jornalistas do Norte Fluminense, formados e em exercício, sobre o uso de redes sociais na produção de pautas, também analisando as colaborações dos leitores. Simone usou o Google Forms, plataforma de questionários online, para realizar esse trabalho. Como resultado de pesquisa, a professora averiguou que adesão ao Facebook é de 100% e o Whatsapp 88%. A média do tempo de uso, profissionalmente falando, é de 8h a 12h por dia.

Sobre como lidar com as informações online, foram citados vários casos em que printscreens de redes sociais tornaram-se ilustração de notícias, sendo que as informações contidas vinham do mesmo lugar. Para a autora, a polêmica entre o instantâneo em noticiar, ou seja, a busca do “furo de reportagem”, é uma batalha perdida e deve ser repensada. Simone declara que o jornalista não conseguirá estar na frente nessa corrida. O acesso à informação atualmente, com o acesso às redes sociais, é algo que atinge a todos. No entanto, o diferencial à profissão, segundo Simone, é justamente transformar essa informação em notícia de qualidade, com pesquisa, o maior número possível de fontes e sempre com o respeito à ética profissional.

Mudanças

A internet é oficialmente a grande fonte de pesquisa dos jornalistas da região da Norte Fluminense, no Rio de Janeiro. Dos pesquisados, 78% procuram pauta em redes sociais e 7% admitiram que se apropriam de informações encontradas online, sem se preocupar em respeitar a autoria original ou confirmar da informação divulgada. No quesito satisfação com a informação de rede social que vira notícia, 68% ficam parcialmente satisfeitos e 17% totalmente.

Consequência dessa situação em que o jornalista confia em parte na sua fonte de pautas, ao mesmo tempo em que majoritariamente a busca como única fonte de informação, é a queda da leitura dos jornais impressos. Enquanto há 20 anos ler o jornal no qual se trabalhava era obrigatório, hoje acessar as redes sociais tomou esse posto, inclusive o profissional deve ter mais de uma conta para checagens.

Queda na leitura dos impressos e também no tempo de produção. Se antes havia até doze horas para se realizar uma reportagem, a conclusão de Simone Barreto é a de que o cenário on line é o do imediatismo e sem volta, o que reflete na primeira questão levantada pela pesquisadora: a internet é a grande fonte de consulta e de divulgação de informações. O desafio à atuação jornalística é o de não somente reproduzir as informações das redes sociais, mas, ao mesmo tempo em que de necessita adaptar a essa nova situação do convívio simultâneo do on line sem decair na qualidade dos conteúdos divulgados no meio jornalístico.

Texto: Leonardo Santos

Fotos: Douglas Heinzen

Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.