[lang_pt]Diretora científica da SBPJor, Marcia Benetti Machado, explica como será a dinâmica de inscrição e seleção de trabalhos para o IV Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo que será realizado em Porto Alegre entre 5 e 7 de novembro. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, ex-diretora da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFRGS e coordenadora local do IV SBPJor, Marcia Benetti Machado faz uma avaliação sobre o atual momento da pesquisa em jornalismo no país. Neste ano, o Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da UFRGS comemora uma década de existência. SBPJor Notícias – Como será o sistema de seleção de trabalhos para o IV SBPJor? O que muda do ano passado para este? Marcia Benetti Machado – A partir deste ano, o trabalho será aceito ou recusado, não havendo mais aprovação condicionada a reformulações pelo autor. Consideramos que, ao submeter o trabalho, o autor já o considera finalizado. No aspecto formal, a seleção manterá o sistema implementado no ano passado, com pequenos ajustes para aprimorar os procedimentos. Tudo é feito eletronicamente, desde a submissão do texto pelo autor até a entrega dos pareceres pelos avaliadores. SN – Quantos pareceristas serão mobilizados e como será o trabalho deles? MBM – A SBPJOR tem mais de 90 associados plenos, ou seja, doutores. Esses são os pareceristas que selecionam os trabalhos, respeitadas as áreas de conhecimento de cada um. O envolvimento dos associados plenos é uma marca da SBPJOR e confere grande legitimidade à seleção. As comunicações individuais são avaliadas por dois associados plenos, e as comunicações coordenadas são selecionadas por dois membros do Conselho Científico. Havendo empate, os trabalhos são encaminhados a um terceiro parecerista. Reformulamos o formulário a ser preenchido pelos pareceristas, e os critérios gerais foram tornados públicos já na primeira chamada dos trabalhos: pertinência ao campo da pesquisa em jornalismo, relevância científica, explicitação do problema ou objetivo, adequação e atualização da bibliografia, qualidade da reflexão teórica, explicitação e consistência da metodologia (quando pertinente), domínio da linguagem científica, adequação do título e das palavras-chave ao objeto de estudo. SN – Qual o prazo final para inscrições de trabalhos? Quantos trabalhos são esperados para esse ano? MBM – O prazo para enviar trabalhos é 1º de julho. Nossa expectativa é receber mais de 150 artigos de pesquisadores em jornalismo. SN – Que avaliação pode ser feita sobre o atual momento da pesquisa em jornalismo no país? MBM – É difícil fazer este tipo de avaliação, porque muitos de nossos pesquisadores ainda não se conscientizaram da importância de indexar corretamente suas pesquisas nos bancos de dados e na plataforma Lattes. É surpreendente, por exemplo, o número de grupos de pesquisa registrados no diretório do CNPq que, embora tenham por objeto o jornalismo, não citam o jornalismo nem no nome do grupo, nem nas palavras-chave, nem no título das linhas de pesquisa: ou seja, ao fazer uma busca na base de dados, estes grupos “”não existem”” nas estatísticas do CNPq sobre jornalismo. São detalhes que prejudicam a área na distribuição dos recursos e impedem que se faça uma avaliação mais precisa sobre a pesquisa no país. Porém, é possível trabalhar com alguns indicadores mais pontuais, e eu considero que eles são extremamente positivos. O GT de Jornalismo da Compós (Associação Nacional do Programas de Pós-Graduação em Comunicação) foi o que mais recebeu trabalhos este ano, 46 no total. É ano de reclivagem na Compós, e o GT de Jornalismo foi reproposto, com o apoio expressivo de 12 programas de pós-graduação e a assinatura de 26 professores e orientadores que trabalham nestes programas. É um indicador importante, que demonstra a maturidade e a capilaridade do campo. Há outros indicadores, como o número de grupos de pesquisa, que vem crescendo fortemente nos últimos três anos, o número de teses e dissertações defendidas (que no PPGCOM/UFRGS chega a 35% dos trabalhos) e a consolidação da própria SBPJOR. Em minha avaliação, no entanto, ainda temos um caminho longo a percorrer. Precisamos expor melhor os métodos e problematizar mais as perspectivas teóricas. Para isso, é preciso aceitar que pesquisa se faz debatendo, avaliando e sendo avaliado, e que o exercício da crítica é inerente ao espírito científico. Penso que estamos avançando muito neste sentido, e que a pesquisa em jornalismo no Brasil será feita de forma cada vez mais qualificada. SN – Quando completa 10 anos o Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da UFRGS, qual a importância de sediar um evento como o IV SBPJor? MBM – Quando propusemos a temática da IV SBPJOR, “”A pesquisa em jornalismo e o interesse público””, quisemos demarcar o que une a natureza do jornalismo e a identidade de uma universidade como a UFRGS: o compromisso público. O PPGCOM comemora dez anos de existência e demonstra, ao sediar a IV SBPJOR e a Brazil Conference, a importância que confere à interlocução com pesquisadores de outras instituições e outros países. Serão todos muito bem-vindos ao PPGCOM e a Porto Alegre. A UFRGS tem tradição na área, oferece o curso de Jornalismo desde 1952 e sediou o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo em 2002. Teremos muito prazer em voltar a receber nossos pesquisadores.[/lang_pt]
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