No dia 29 de abril, o Brasil e o mundo assistiram, em estado de choque, à truculência da Polícia Militar do Paraná contra professores/as que defendiam seus direitos trabalhistas. Esses/as professores/as foram tratados como inimigos pelo Estado que deveria protegê-los. Foram contidos por uma polícia militarizada, com um contingente excessivo que usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e cães. A força bruta deixou mais de 200 feridos, a maior parte atingida da cintura para cima, e vitimou também jornalistas que fotografavam e filmavam as cenas de violência.
Consideramos tal ato um gravíssimo atentado contra a democracia, que precisa e deve ser execrado publicamente. O Brasil não comporta mais este tipo de violência contra manifestantes de qualquer tipo no exercício de seus direitos civis. Não há justificativa para o bárbaro ataque, ironicamente contra uma categoria profissional que tem o diálogo e o respeito pelo outro como princípios fundamentais do seu ofício. Se é verdade que professores/as são uma categoria de trabalhadores como outras, não podemos nos esquecer de que carregam em si um poder simbólico outorgado por todo/as nós e que se relaciona à construção do futuro. Atacar estes/as trabalhadores/as é desnudar um desrespeito profundo à Educação, aquela sobre a qual a sociedade brasileira coloca suas esperanças de crescimento e superação das desigualdades sociais.
As entidades signatárias deste documento manifestam-se publicamente contra este ato de repressão em específico e contra qualquer atitude semelhante por parte do Poder Público, em qualquer instância que coloque em risco nossa democracia duramente conquistada e que represente um atentado ao direito à livre expressão.