Muniz Sodré é nomeado representante das CHSSA no CD do CNPq

Muniz Sodré foi o primeiro pesquisador da área de Comunicação nomeado para representante da área de Ciênciais Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas. A posse aconteceu na 171ª Reunião do Conselho Deliberativo do CNPq.

A escolha do nome de Sodré, para além de seus méritos como pesquisador, também se justifica pela mobilização das entidades de comunicação para indicar e votar no mesmo nome. A SBPJor tem estimulado sistematicamente essa relação institucional com outras Associações de Pesquisa em Comunicação, de modo a fortalecer politicamente a área.

Conversamos com Muniz Sodré sobre a importância do seu papel e o que ele pensa sobre o empenho das entidades para indicá-lo.

Este ano foi o primeiro em que um representante da área da Comunicação foi eleito para ocupar a cadeira dedicada a área de Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas no Conselho Deliberativo do CNPq. Qual a importância desta representação que o senhor passa a exercer?

Penso que a relevância de minha participação no Conselho Deliberativo do CNPq esteja exatamente no fato de ser esta a primeira vez que a área da Comunicação se faz representar. Todos nós estamos cientes de quão pequeno é o peso institucional das ciências humanas e sociais em conselhos dessa natureza e de que, ainda menor, tem sido o “quilate” da Comunicação.  Apesar de todas as décadas, ainda é uma área nova no cotejo com disciplinas tradicionais do pensamento social, como antropologia, sociologia, etc. A realidade, entretanto, é que o campo comunicacional vem se descolando progressivamente da dimensão puramente aplicativa e se impondo como ciência nova do homem “novo”. Mesmo fora das perspectivas imediatas de mercado, os estudos comunicacionais atraem a consciência jovem do pesquisador e demandam atitudes  teóricas mais consistentes.

Houve uma mobilização, para indicar os mesmos nomes, por entidades como Socicom, Compós, Intercom e SBPJor. Na etapa de votação continuou-se o trabalho conjunto das entidades de Comunicação para que o senhor fosse eleito. Como você vê esse engajamento das entidades visando o crescimento da representatividade da Comunicação no Conselho?

A mobilização dessas entidades é o fato realmente significativo nesse processo. Elas vêm demonstrando a sua força na multiplicação dos congressos realizados e das pesquisas publicadas, dando margem à constituição de um polo reflexivo brasileiro, tido como ímpar na América Latina por sua extensão e pela consolidação da qualidade dos pesquisadores. As avaliações incluíram outros nomes, mas o consenso acabou firmando-se ao redor do meu, possivelmente por senioridade.

Você tomou posse na 171ª Reunião do Conselho Deliberativo do CNPq, e foi nomeado pelo Ministro de Ciência e Tecnologia. Como aconteceu esta cerimônia?

Tomei posse ao lado de outros novos participantes. Pelo que percebi, é algo que acontece sem pompa nem burocracia. O presidente do Conselho lê o resumo curricular do novo membro e declara-o empossado. Simples assim.

A partir de agora, quais são os desafios a enfrentar como representante da àrea de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas? Quais os planos e projetos que pretende implantar?

Tenho de conversar com as entidades supracitadas e tentar ser porta-voz de suas reivindicações. A realidade é que estamos em meio a uma crise de grandes proporções, e o momento demanda um olhar de cautela e estudo. Um ponto é alvissareiro: O CD do CNPq é muito bem organizado, com participantes sérios e antenados com os desafios da pesquisa científica, que estão ali por puro “amor da causa”, sem jetons nem recompensas à vista, a não ser a tomada de consciência de que se está numa instituição importante, responsável pela formulação e pela orientação dos rumos da ciência no país.

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