SBPJor apoia pesquisa da USP sobre situação de comunicadores após um ano de pandemia

CPCT quer saber como estão as condições de trabalho de profissionais para atualizar cenário da primeira fase do estudo, promovido no início do distanciamento social; formulário fica disponível para preenchimento entre 5 e 30 de abril  

Compreender a situação de trabalho dos comunicadores brasileiros após um ano de enfrentamento da Covid-19 no país é o objetivo dos pesquisadores do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

O estudo, que tem apoio da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), ocorre exatamente um ano após a realização de investigação inicial, que diagnosticou o momento vivido pelos comunicadores ainda no começo da pandemia. O relatório desta pesquisa, feita no primeiro semestre de 2020 e transformado em e-book, pode ser consultado aqui.

“Queremos verificar nesse momento, passado um ano em que o Brasil sofre com o agravamento cada vez maior da Covid-19, como está a situação de trabalho dos comunicadores que, muitas vezes, a exemplo dos jornalistas, ocupam o pelotão de frente do combate à doença ao assumir o árduo papel de informar corretamente a sociedade sobre os riscos e tentar dissimular, infelizmente, as fake news e o negacionismo que ainda perduram nessa terrível fase da doença”, afirma a professora Roseli Figaro, coordenadora do CPCT.

O formulário da pesquisa Como trabalham os comunicadores no contexto de um ano da pandemia da Covid-19?, que pode ser acessado aqui, estará disponível para preenchimento entre os dias 5 e 30 de abril no site do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (www.eca.usp.br/comunicacaoetrabalho) e de outras entidades parceiras, como a SBPJor. Os respondentes poderão participar anonimamente, de modo a ter seu sigilo preservado.

COVID-19 EM 2020 – O estudo inicial do CPCT sobre o tema foi promovido no começo do distanciamento social e reuniu 557 participantes de todo o país e do exterior. O relatório final evidenciou o aumento da jornada e do volume de trabalho, que tornou bem mais estressante a rotina dos comunicadores, que tiveram de conciliar a profissão com os cuidados da casa e dos filhos.

“A isso se soma também a sensação de cansaço sentida diariamente por esses trabalhadores, que ainda tinham de usar, na maioria das vezes, seus próprios instrumentos para trabalhar, como computador, celular e conexão à internet”, aponta Roseli Figaro.

Na ocasião, 70% dos profissionais reclamaram que o ritmo de trabalho estava bem mais intenso tanto para quem atuava na modalidade home office quanto para quem se mantinha em atividade presencial. Além disso, a pesquisa também destacou que as rotinas de produção sofreram muito com o distanciamento social, já que o contato com as fontes de informação, empresas e clientes ficou limitado, o que exigiu mais atenção e rigor na organização do trabalho.

“Pelo modo totalmente errático com que o governo federal tratou e vem tratando a pandemia, cujos casos de contaminação e de mortes só vem aumentando, nossa suspeita é a de que as condições de trabalho dos comunicadores pioraram, haja vista a grande quantidade de pessoas sem trabalho no país. Entender a situação desses trabalhadores, passado um ano da chegada da Covid-19 ao Brasil, ainda mais nesse momento de agravamento, pode auxiliar a diagnosticar os problemas advindos do quadro de precarização do trabalho e, a partir disso, cogitar possíveis alternativas para combater os graves impactos na área da comunicação”, conclui Roseli Figaro. Mais informações sobre a pesquisa atual podem ser obtidas pelo e-mail comunicacaoetrabalho@gmail.com.